sábado, 29 de janeiro de 2011

Aumenta o salário de quem merece

Na próxima terça-feira, começa a nova legislatura dos nossos tão queridos e “honestos” deputados. Com isso, cada um deles passará a receber uma quantia mínima de R$ 26 mil mensais, para fazer o que eles sabem fazer de melhor, ... nada.

Esta remuneração só foi possível devido ao reajuste definido no dia 15 de dezembro, quando a população fervorosa atrás de meios para gastar o tão suado 13º nem percebeu o aumento de 62%, que os legisladores promoveram para seus próprios bolsos. Está e a forma mais fácil de desviar dinheiro público licitamente. Sem que ninguém precise colocar dinheiro na cueca e nem fazer mensalão. Enquanto isso, aposentar no Brasil é assinar a própria “sentença de morte”. Ser professor, profissão que até um tempo era coisa nobre e altamente valorizada, hoje nem compensa mais. Médico então, nem se fala.

Com a decisão, os Deputados Federais elevarão seus salários de R$ 16,5 mil, para R$ 26,7 mil, a partir de fevereiro. No caso dos deputados estaduais, seus salários não podem ultrapassar 75% do valor federal. Mesmo assim, os salários dos parlamentares estaduais poderão chegar até R$ 20 mil. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CMN), o reajuste pode valer aos cofres públicos cerca de R$ 1,8 bilhão. Dinheiro suficiente para desenvolver muita política pública e tirar um número considerável de famílias da miséria.

A motivação para que esse reajuste fosse aprovado foi a defasagem do salário do legislativo com o dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Para se ter uma ideia, o salário do Presidente da República era o menor entre os chefes dos três poderes. O salário, até janeiro deste ano, foi de R$ 11.420,21. A remuneração do vice-presidente e dos ministros ligados ao executivo era de R$ 10.748.

O PSol foi o único partido a ir contrário à decisão de aumento dos salários. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) indagou que essa decisão representa o abismo que existe entre o legislativo e a sociedade. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) também foi contra o reajuste e criticou o fato de não ter havido nem uma discussão sobre o projeto de reajuste.

O projeto apresentado pela mesa diretora da câmera na última sessão do ano (2010) precisava da aprovação de um regime de urgência para entrar na pauta. Regime esse que foi aprovado por 279 votos favoráveis, 35 contrários e três abstenções. Depois de ter entrado na pauta, o projeto foi votado simbolicamente, sem o registro dos votos no painel eletrônico da casa. Sendo um decreto legislativo, não foi necessária a sanção do presidente da república e foi promulgado imediatamente pelo legislativo.

O aumento nas despesas públicas, com o pagamento do reajuste aos legisladores, que de legisladores não têm nada, representa menos dinheiro para elaborar projetos que visem a melhoria de vida da população. Nem pensaram em dar um aumento maior para o salário mínimo. Acreditam que o reajuste de menos de 7% irá mudar a vida da maioria das famílias brasileiras. E ainda dizem que as administrações públicas ficarão sufocadas devido este aumentos de R$ 35 no bolso dos trabalhadores.

A desigualdade no Brasil sempre partiu de cima. De políticos, eleitos por nós mesmos para nos representar, que se esquecem de ondem vieram e de quem os colocaram onde estão hoje. Pisam no povo e não fazem o que foram eleitos para fazer, elaborar políticas públicas para a sociedade. A BR 381 mata centenas de pessoas por ano, por que o governo não tem poucos milhões para duplica-la. Está na hora do povo começar a agir.

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